quarta-feira, 29 de outubro de 2014

em cada gesto

 imagem: Manuel Alves

Há pequenos gestos que nos levam o coração do peito para a mão, e nos fazem dizer “pega, leva-me em devoção cega e deixa-me ser emoção”.
O resto é vida, cada instante nunca bastante, cada desejo de vitória massacrado em batalha perdida. Não interessa a desilusão de todas as horas más, as lágrimas secam em tudo de bom que cada gesto traz.
É amor de viver e enfrentar o terror de perder. O futuro é caçador que nos abate se deixarmos de correr. Nem tudo tem de fazer sentido, muito menos as palavras que trocamos. Há que salvar silêncios e deixar um tesouro escondido naquele pensamento que calamos.
Um sorriso. Quando o mundo assusta, esse é o nosso aviso. Mostramos os dentes, mas com intenções diferentes. Não somos selvagens nem comboios desenfreados que ignoram os que esperam em todas as paragens. Somos vontades de rir, solitárias metades a querer-se unir.
E damos as mãos, breves toques de dedos que nos seguram contra a força do medo. Somos as lágrimas do dia de ontem que nos magoou muito cedo. Mas o tempo passou, a dor secou, fez-se tarde, e a ferida já não arde.
O que sentimos pelas pessoas é a vontade de coisas boas. As más vontades não são sentir, mas tristeza de existir. A recusa do toque humano é descrença na divindade maior, acto profano. Temos, em nós, os deuses da criação em eterna revolução. Só precisamos de dar voz às musas, mães de cada pensamento, acto e intenção. Nada de recusas que intimidem a resolução.
Lindo gesto, o teu. Este é o meu: “pega, leva-me em devoção cega e deixa-me ser emoção”.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A Cativa - excerto

BREVEMENTE
 imagem: Manuel Alves
A Cativa
WULFRIC
livro 1

Olá. O livro está mesmo quase, quase... certo, está bem, acabará por ser publicado a tempo de ser incluído na lista de prendas do Natal. Assim, aqui fica a sinopse e o primeiro capítulo.

SINOPSE:
"Selvagem, druida, assassino, rei… Wulfric teve muitas vidas. É o Mestre mais antigo, dono de um antiquário contíguo a uma igreja, um ponto de convergência entre mundos, o que faz dele também porteiro. Uma rebelião ameaça abrir uma passagem entre a Terra e o Inferno, e ele provavelmente terá de assassinar o responsável. Lúcifer. Teria sido mais simples matar a Cativa, duzentos anos atrás."

(capítulo 1)